(In)segurança feminista: mulheres contra as guerras

24/06/2022 |

Por Capire

Veja a galeria internacional de cartazes feministas organizada para a Cúpula da Paz

Entre os dias 24 e 26 de junho de 2022, acontece a Cúpula da Paz “Não à OTAN”. O evento é concomitante à Cúpula da OTAN, e é organizado por diversas articulações e movimentos populares. Em Madri, no Estado espanhol, a Cúpula da Paz reúne delegações de militantes pela paz e desmilitarização em três dias de debates, oficinas, cultura e manifestação pública.

A reivindicação central das organizações que assinam a declaração da Cúpula é desmantelar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por seu papel no acirramento de conflitos, no belicismo e na agenda nuclear. Ao longo do primeiro semestre de 2022, Capire publicou uma série de conteúdos sobre a crítica feminista às guerras e à OTAN, como contribuição para o processo de preparação da Cúpula.

Publicamos um trecho de carta de Rosa Luxemburgo que diz muito sobre os sofrimentos da cultura da guerra. Entrevistamos Kate Hudson, ativista da Campanha pelo Desarmamento Nuclear, e Cindy Wiesner, do Grassroots Global Justice Alliance, sobre suas perspectivas a respeito da guerra na Ucrânia. Também escrevemos sobre o sexto episódio de “Eat NATO for Breakfast” [Coma a OTAN no café da manhã], programa do Peoples Dispatch que contou com a presença da feminista Kristine Karch. E publicamos, em áudio e em texto, as contribuições de Rania Khalek, Nora García e Nana Aïcha ocorridas durante o diálogo online “Mulheres contra as guerras”.

Agora, no dia de abertura da Cúpula, publicamos arte feminista e anti-imperialista! Como parte do chamado de cartazes sobre “(in)segurança”, promovido pela organização da Cúpula, publicamos a subseção “(In)segurança feminista: mulheres contra as guerras”. Convidamos as participantes a refletir sobre os desafios e práticas das mulheres para sustentar a vida em contextos de guerra, e sobre as contribuições do feminismo para a construção da paz. O resultado se encontra abaixo: são dez cartazes produzidos por companheiras de nove países, em variadas técnicas, tanto manuais quanto digitais.

Os cartazes evidenciam o papel das mulheres nas resistências populares e seu compromisso com a paz e com a vida. Rechaçam o armamentismo e relembram a luta de lideranças feministas perseguidas pelo militarismo e pelo racismo. Afirmam a criatividade, os cuidados, a diversidade e a urgência de uma vida livre de violências. Veja abaixo:

Miriam, Vreni Knödler. As mulheres* lutam. Suécia, Alemanha.“As mulheres* lutam, sofrem, cuidam, amam, defendem, choram, protestam, resistem”.
Nora García. Lar. Espanha.
Alejandra Laprea. O “acuerpamiento” das mulheres é nossa estratégia de defesa. Venezuela.
Luana Fernandes. Mulheres Resistentes. Brasil. “Resista”.
Jana Nakhal. O que nos ensinaram. Líbano. “Aprendemos que precisávamos ser fortes, que a violência é o caminho mais rápido para tudo o que queremos, que o abuso e a exploração são a única forma de sobreviver. Depois nos ensinaram que a ocupação é direito dos poderosos e que a consequente marginalização é responsabilidade das pessoas fragilizadas. E tudo que nos ensinaram estava errado”.
Daiana Terra. Primavera para rosas negras. Brasil.
Kats. Quebec. Uma mulher desenvolta que resiste tentando encontrar alegria nos dias mais difíceis. Acrílico sobre tela. “Não à guerra”.
Ana Laura Rocha Santos. Não serei interrompida – Marielle Franco! Brasil.
Charlotte Passera. Guerra ou nossa civilização – Eu escolho! Suíça.
Alex Kiernan. Mulheres de Paz II. Estados Unidos. “Não à OTAN – Code Pink. As imagens com o vidro intacto representam comunidades inteiras formadas por mulheres; o martelo representa a OTAN e seu poder de destruição; o vidro despedaçado representa a destruição de comunidades e identidades; e a imagem intacta representa a resistência das mulheres contra a OTAN”.

Redação por Helena Zelic

Artigos Relacionados