Confira a declaração de Balti Zaina, ativista, defensora dos direitos humanos e integrante da Associação Marroquina de Direitos Humanos em Tiznit [L‘Association Marocaine des Droits Humains — AMDH]. O vídeo foi gravado para o encerramento da 5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, em 2020. Em sua fala, Balti denuncia as ações da Lei 113-13 de ocupações de terra e áreas de pastoreio no interior do Marrocos, aplicadas pelo regime político marroquino, o Makhzen, que tem políticas de características feudais e autoritárias.
Balti coloca em destaque a vida e experiências das mulheres do campo em Tiznit e a importância de suas terras para suas vidas. O povo Amazigh¹, um dos povos mais antigos do continente africano, estão em diversas áreas do norte da África e vivem, em sua maioria, no campo. Balti fala da região Amazigh de Souss, localizada no sul do Marrocos. A história desse povo é marcada pela resistência e suas mulheres estão em luta por sua língua, seus direitos e seu território.
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¹ O povo Amazigh também é conhecido, na língua portuguesa, como Berbere. Segundo pesquisa de Susana Bagulho Guerra, “a partir dos anos 90, os berbere passaram a designar-se por Amazigh (Imazighen no plural), uma palavra berbere (mais precisamente tamazight) para referir os falantes de berbere, oriundos dos vários estados do norte de África, aos quais alguns ativistas se referem como Tamazgha. ‘Berbere’ é uma palavra árabe que tem uma conotação negativa, com o sentido de bárbaro”.
Optamos por manter Amazigh na tradução ao português para preservar a autodenominação mencionada por Balti Zaina, bem como o significado da palavra, que remete à liberdade humana.