Nos dias 15 e 16 de agosto, mais de 100 mil mulheres ocuparam o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade e as ruas de Brasília, capital do Brasil, na 7ª edição da Marcha das Margaridas. Mulheres do campo, das florestas, das águas e das cidades se reuniram nos dois dias de atividades da maior ação política de mulheres da América Latina.
Com o lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”, a edição deste ano propôs 13 eixos de ação, que incluem: democracia e soberania, participação política das mulheres, enfrentamento à violência, autonomia dos corpos e sexualidades, justiça ambiental e climática, soberania alimentar, hídrica e energética, direito à terra, biodiversidade, agroecologia, defesa da saúde e da educação no campo e inclusão digital.
A mobilização é uma homenagem a Margarida Maria Alves (1933-1983), uma camponesa que não fugia da luta, e que marcou a história das trabalhadoras e trabalhadores rurais no Brasil. A Marcha das Margaridas culminou em Brasília, mas contou com mais de dois anos de preparação, articulada entre organizações sindicais, camponesas e feministas, como a Marcha Mundial das Mulheres.
Durante o primeiro dia de atividades, foram realizadas rodas de conversas, debates, apresentações culturais e o Tribunal das Mulheres, uma ação de denúncia dos impactos ambientais e sociais causado pelas transnacionais e por políticas de destruição. No segundo dia, as mais de 100 mil mulheres de todas as partes do Brasil fizeram uma caminhada de quatro quilômetros em direção à Esplanada dos Ministérios, exigindo ao governo Lula o compromisso com a agenda das mulheres camponesas. No vídeo abaixo, Sonia Coelho, da Marcha Mundial das Mulheres, fala sobre esse momento intenso de mobilização política feminista e de luta pelos direitos das mulheres. Assista: