Mulheres de todo o mundo na luta pela libertação da Palestina

11/10/2024 |

Capire

Militantes da Marcha Mundial das Mulheres reivindicam fim do genocídio palestino

Unión Nacional de Mujeres Saharauis

Há pouco mais de um ano mulheres de todo o mundo somam suas vozes e organizam uma luta internacional e feminista incansável em defesa da Palestina e contra o genocídio em curso. Nesse tempo, movimentos populares diversos e de diversos territórios demandam o cessar-fogo imediado em ações de rua, marchas, passeatas, protestos, ações diretas, campanhas nas redes sociais, sem parar nem um dia de lutar pela vida em Gaza, Líbano e demais países do Oriente Médio. A solidariedade internacional com o povo palestino envolve a denúncia do imperialismo, já que Estados Unidos é aliado de primeira ordem de Israel em suas ações na região.

Marcando um ano de solidariedade e resistência, o Capire e a Marcha Mundial das Mulheres compartilha o vídeo com depoimentos de militantes de Quebec, Zimbábue, África do Sul, Tanzânia, Senegal, Brasil, Iraque, Argélia e Guatemala.

Em 1º de outubro, o escritório da União de Comitês de Mulheres Palestinas (UPWC, sigla em inglês), que integra a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) foi depredado e fechado. As militantes que fazem parte da organização permanecem na luta e resistem às prisões e perseguições que ameaçam suas vidas e as vidas de suas famílias. Em uma mensagem de áudio enviada em 4 de outubro, a militante da Marcha Mundial das Mulheres na Palestina, Abeer Abu Khdeir, nos deu um depoimento sobre a situação atual, e fez um pedido de solidariedade global para o fim imediato do genocídio palestino. Leia o depoimento abaixo: 

Na Palestina, há 364 dias contínuos, a ocupação segue com a agressão por terra, mar e ar na Faixa de Gaza, deixando dezenas de milhares de mártires e centenas de milhares de pessoas feridas e desaparecidas. O dano dos ataques já totaliza 41.788 mártires até aqui e 96.794 feridos desde o dia 7 de outubro do ano passado. Diversas vítimas continuam debaixo dos escombros e em ruas que as ambulâncias e a defesa civil não conseguem acessar.

Há um ano, o povo de Gaza vivencia um terror indescritível, submetido aos contínuos ataques sionistas que resultaram no deslocamento forçado de mais de 1,9 milhão de palestinos e palestinas.

Nos hospitais, é forte o cheiro de sangue, a equipe médica não consegue salvar a vida de muitas mulheres e crianças e, mesmo agora, a ocupação sionista está fechando os portões de entrada e saída, impedindo a chegada de ajuda a Gaza durante um ano inteiro. As forças da ocupação atacaram todos os setores: serviços e saúde, setores governamentais e não governamentais, sobretudo o da educação. Já é o segundo ano que mais de 650 mil estudantes perderam o direito de frequentar a escola.

Mais de 11,6 mil crianças em idade escolar foram atacadas e martirizadas, e dezenas de milhares ficaram profundamente feridas e traumatizadas. Já são 750 professores e professoras martirizados e centenas feridos. Entre escolas e estabelecimentos educacionais, 93% foram completamente destruídos, e os que restaram estão sendo utilizados como abrigo para a população refugiada.

Em Jerusalém, alcançamos o número de oito mártires e 304 pessoas detidas. O número de detidos na Cisjordânia chegou a 100. Assistimos à demolição de mais de 154 casas e à constante invasão e violação da santidade da Mesquita de Al-Aqsa pela ocupação sionista. Na Cisjordânia, mais de 1.344 ofensivas de colonos foram registradas em terras palestinas, incluindo desde árvores arrancadas e casas atacadas até plantações e equipamentos agrícolas incendiados.

Palestinos e palestinas presos estão enfrentando condições dificílimas, sem receber alimentação adequada e sendo privados de passar tempo fora da cela. Essas pessoas estão sujeitas a assédio e agressão constante, sobretudo aquelas da Faixa de Gaza que estão atualmente detidas na cadeia de Sade Teman. Elas estão submetidas aos mais hediondos atos de tortura e estupro pelos soldados da ocupação. Na Cisjordânia, nos ataques contra Jenin, Nablus, Salfit e, ontem, em Tulcarém — onde 20 mártires foram alvo da explosão de uma granada —, toda essa continuidade do martírio é inacreditável.

Lançamos um apelo para que o mundo se levante coletivamente pelo fim do extermínio em massa em curso contra o povo palestino e os atuais ataques no Líbano, e que se posicione contra os ataques e a agressão brutal a que nosso povo está sendo submetido.

Obrigada.

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