A terra é para as pessoas refugiadas, o povo, agricultores e agricultoras. A terra é para os povos ocupados, colonizados, para as mulheres. A terra é para quem foi privada dela, para quem vive e trabalha nela. Não para aqueles que lucram e exploram o trabalho e a natureza. A luta pela terra faz parte da luta palestina por liberdade e autodeterminação. O povo palestino luta pelo fim da ocupação militarizada de seu território pelo Estado de Israel.
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No marco do Dia da Terra Palestina deste ano, Capire traduz e compartilha informações de documentos que, há mais de cem anos, já reconheciam a propriedade de terra de mulheres palestinas. São documentos importantes, pois mostram que o povo palestino de fato detém a propriedade da terra. Além disso, atestam o fato de que as mulheres tinham terras, coisa que muitos grupos estão tentando tirar delas. Esta data marca as lutas contra todas as formas de opressão e marginalização, seja sionista, religiosa ou convencional, que roubam a terra de seu povo e a colocam nas mãos de uma minoria de poderosos.
Agradecemos à Khazaaen, não só pela colaboração, mas também pelos esforços extraordinários e inspiradores dedicados a resgatar, documentar e arquivar a história material do povo palestino e, portanto, de toda a região. O site da organização já disponibilizou quase 6,5 mil documentos com datas entre 1615 a 2021.
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Documento original de venda de propriedade, em língua turca otomana, atestando a venda de um lote em Beitunia, na Palestina, de Nafissa bent Muhamad Al-Hajj para Muhamad abu Saleh e seu irmão Hassan, em 1858.
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Escritura original emitida pelo Departamento de Registro de Propriedades Otomano, em língua turca otomana, atestando a propriedade em nome de Rukayya Bent el Sheikh Khalil, de Al-Quds (Jerusalém), em 1878.