Hanaa Malallah é uma artista visual, professora e pesquisadora nascida no Iraque em 1958. Malallah hoje vive na Inglaterra, onde coordenou o projeto de pesquisa visual colaborativa “Ruínas co-existentes” [“Co-existent Ruins”], atualmente em exibição na galeria Brunei, da SOAS Universidade de Londres. A ruína é um elemento explorado continuamente na obra de Malallah, cuja experiência no Iraque é a vivência da guerra e da violência imperialista. Sua obra une o real e a criação, usando objetos destruídos, alterados, deslocados e remendados. Assim, expõe e transforma as marcas da destruição nas pessoas e no espaço habitado por elas.
Em Meu mapa do país [My Country Map], obra de 2008, Hanaa cria seu próprio mapa do Iraque, segundo ela “deliberadamente impreciso”, alterando fronteiras e distâncias com base nas sensações da experiência de guerra. A desordem, a opressão e os rompimentos se materializam nas queimaduras feitas nos tecidos que formam o quadro de 2 metros de altura e de largura.
“As cidades estão posicionadas aleatoriamente com nomes gravados a fogo na tela, refletindo a destruição e a fragmentação causadas pelas guerras. Depois da invasão de 2003, foram estabelecidas zonas verdes seguras e zonas vermelhas perigosas. Uma cópia em tecido vermelho do mapa de ônibus da cidade de Bagdá é usada para simbolizar cidades no oeste do Iraque, que sofreram violência extrema. Há um fragmento de verde, inspirado na cor usada pelos peregrinos em busca de proteção”, explica Malallah em seu website.