Dia da Mulher Africana: “precisamos unir vozes para combater novas formas de colonialismo”

31/07/2021 |

Por Graça Samo

Neste 31 de julho, Dia da Mulher Africana, ouvimos o canto e a mensagem de Graça Samo, do Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

Sinto-me orgulhosa de ser africana
 Minhas antepassadas todas nasceram aqui
 Filhas legítimas do mundo, rainha
 Minha África, oiê, oiê

Hoje estamos aqui para celebrar o Dia da Mulher Africana, no dia 31 de julho. Essa data foi designada pela União Africana em um encontro na Tanzânia em 1962, para celebrar a luta da mulher africana.

Nesse dia, foi criada a Organização de Mulheres Africanas, a PAWO. Trata-se de um símbolo da necessidade de fortalecer a luta das mulheres africanas e do continente africano. Nós participamos dessa luta por revolução, combatendo o colonialismo e todas as formas de ocupação.

Hoje, estamos aqui e ainda precisamos unir nossas vozes e todas as nossas forças para combater as novas formas de colonialismo, capitalismo, imperialismo e racismo que se manifestam de muitos jeitos, controlando nossos territórios, controlando nossos corpos, nossas mentes e até a comida que comemos e determinando quem deve ser livre e quem deve ser feliz e quem deve viver.

Estamos juntas e convocamos a cada uma de nós, em nossas comunidades, nações e territórios para unir nossas vozes, para celebrar o que conquistamos com a revolução e a independência. Mas sabendo que precisamos continuar lutando, porque o mesmo inimigo de ontem está aqui de novo, em nosso país, nossa nação e nossas comunidades, com uma outra roupagem. Só seremos livres quando o povo do Saara e a nação do Saara forem livres.

Neste contexto de controle de nossas instituições democráticas e de nossas nações pelo poder das corporações transnacionais e todas as formas de dominação, conclamo a todas nós para ecoar nossos líderes revolucionários, homens e mulheres, e dizer que a luta continua.

Levanto a bandeira da Marcha Mundial das Mulheres e quero me manter e afirmar: seguiremos em marcha até que todas sejamos livres, lutando por nossa terra, lutando por nossos sistemas alimentares, lutando por nossa soberania alimentar, lutando por agroecologia.

E proclamamos a economia feminista como ferramenta de libertação das mulheres em África e em todo o mundo. Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!


Graça Samo vive em Moçambique e coordena o Secretariado Internacional da Marcha Mundial das Mulheres.

Tradução do inglês por Aline Scátola

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