As mulheres da Via Campesina são protagonistas na luta das pessoas do campo, trazendo para o centro do debate a agenda do feminismo camponês e popular. Enfrentamento à violência, modos de vida e de trabalho, combate à fome, construção de movimento, fortalecimento da agroecologia e da biodiversidade são alguns dos eixos das contribuições das mulheres na luta internacional por soberania alimentar. Em março de 2023, aconteceu em Maputo, Moçambique, a 1ª Escola de Mulheres da Via Campesina, com a participação de cerca de 60 mulheres de 39 países e todas as 10 regiões. A atividade também faz parte da preparação para a 6ª Assembleia Internacional de Mulheres da Via Campesina, que acontecerá em novembro deste ano em Bogotá, Colômbia.
Para compartilhar as atividades realizadas durante o evento, foi produzido o vídeo “Bora trabalhar e também estudar!” que mostra momentos da Escola, incluindo oficinas de cartazes, danças e debates. No vídeo, participantes da escola de várias partes do mundo foram convidadas a apresentar, em diversos idiomas, os artigos da Declaração dos Direitos dos Camponeses e Outras Pessoas que Trabalham nas Zonas Rurais (UNDROP, sigla em inglês).
A declaração, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018, é uma conquista do movimento camponês global, e tem sido uma ferramenta política fundamental para as lutas da Via Campesina pelo reconhecimento do trabalho e dos direitos camponeses em diversos países.
“Somos as mulheres que defendem seus territórios, as mulheres que plantam e que promovem a construção da Soberania Alimentar no seu dia a dia, com certeza sairemos daqui muito mais fortalecidas para continuarmos semeando resistência em todos os nossos países e continentes”, afirmou Itelvina Massioli, da Coordenação Política Pedagógica da Escola. A escola trouxe o debate político sobre como avançar na organização e participação política das mulheres e na construção do feminismo camponês e popular internacionalmente e em cada lugar onde a Via Campesina se organiza.