Os povos do Saara Ocidental estão fazendo grandes manifestações nos Acampamentos de Refugiados, na Argélia, no território ocupado e em espaços de diáspora. Nas marchas, dizem não ao texto de renovação do mandato da Missão das Nações Unidas para o Referendo no Saara Ocidental elaborado pelos Estados Unidos. O texto, que reflete a intervenção do governo Trump nas relações entre a aliança de Marrocos e Israel na ocupação de Gaza, foi adotado pelo Conselho de Segurança da ONU em 2 de novembro de 2025, e ignora o direito do povo saarauí à autodeterminação. No vídeo, Nana Ahmed-Salem Omar, do Saara Ocidental, apresenta a força do povo e das mulheres saarauí na luta contra essa ofensiva:
Em nota, a União de Mulheres Saarauís, que integra a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), denunciou a “decisão unilateral adotada pelas forças do fascismo, do imperialismo e do colonialismo, com o objetivo de impor o chamado ‘plano de autonomia’ no Saara ocidental, ignorando abertamente o direito inalienável do povo saarauí à autodeterminação e à independência”. A causa saarauí é central na luta feminista pela autodeterminação dos povos.
Chaba Seini, da coordenação nacional da Marcha Mundial das Mulheres no Saara Ocidental, defendeu que “o povo e as mulheres saarauí, pela autonomia do Saara Ocidental, estamos contra a decisão de Trump. Todos participamos em manifestações pacíficas por toda a região para mostrar ao mundo que a decisão é do povo saarauí, com seu representante legítimo, a Frente Polisário”. Em seguida, ela afirma a resistência saarauí pelo direito ao território: “desde o início, o povo saarauí tem lutado, visto muitos martírios para defender sua terra. Mulheres, crianças e idosos – todo o povo está se levantando contra o imperialismo e o fascismo”.

Emaima Salima, também da MMM no Saara Ocidental, relatou como têm se dado as manifestações: “em suma, Trump quer autonomia com o estado de ocupação marroquino. Atualmente, o povo saarauí está se rebelando em todos os lugares contra essa decisão. Nós a rejeitamos com a máxima firmeza e contundência. O povo saarauí afirma que não haverá acordo sobre a autodeterminação e se recusa a considerar a resolução”.

