Agroecologia e soberania alimentar são bandeiras e práticas importantes das mulheres e dos movimentos feministas ao longo da história. São formas de reorganizar a vida, o trabalho, a relação com a terra e apontar um horizonte de igualdade. O patriarcado e o capitalismo afetam diretamente a vida das mulheres do campo, que resistem todos os dias. O feminismo camponês e popular dessas mulheres luta pelo fim da violência patriarcal, capitalista e racista, em defesa da biodiversidade e da soberania alimentar.
Em 2018, as mulheres da Via Campesina estiveram reunidas na cidade de Güira de Melena, em Cuba, para o Encontro Global de Escolas e Processos de Formação em Agroecologia. O resultado desse encontro é o vídeo abaixo, que reúne depoimentos com histórias e experiências de mulheres camponesas de diferentes partes do mundo. Em “Feminismo Camponês Popular e agroecologia” a Via Campesina apresenta, sob uma visão internacionalista, o que há de comum nas lutas das mulheres do campo para cultivar um mundo livre de cercas, agrotóxicos, violência, injustiça e desigualdade.
O desenvolvimento da agroecologia nos permite retomar esse valor fundamental que nós, mulheres, temos nos processos de construção de uma sociedade centrada nos valores humanos
diz Miriam Huaiquilao, da Assembleia Nacional Mapuche de Esquerda, Chile.
O feminismo das mulheres camponesas é uma solução para o problema do gênero e também da classe. Estamos trabalhando para resolver esses problemas. Nestas condições patriarcais, as camponesas coreanas têm lutado para conseguir igualdade de gênero no campo e em suas comunidades
conta Mi Jeong Park, da Coreia do Sul.