Nostálgicas do Futuro é um documentário sobre a organização das mulheres venezuelanas, gravado durante a pandemia de covid-19. À época, o governo venezuelano e as organizações políticas e comunitárias do país tiveram uma atuação notável no combate ao vírus e em ações coordenadas de cuidados. Priorizaram a sustentação da vida coletiva, em vez de uma política centrada no lucro e uma economia de exclusão.
Lançado em 2022, o filme de Thierry Deronne mostra a atuação de diversas mulheres atuantes em suas comunas, entre trabalhadoras da construção civil, médicas e enfermeiras, musicistas, estudantes e várias outras. “Além da construção e do compromisso, você sabe que ao construir você está criando sua casa com suas próprias mãos”, diz uma das entrevistadas, envolvida na construção e reparo comunitário de moradias.
Essa visão é fruto de anos de construção de um projeto de libertação iniciado sob a liderança de Hugo Chávez e que mobiliza milhares de pessoas militantes venezuelanas. No último domingo, 28 de julho de 2024, esse projeto bolivariano foi novamente afirmado pelo povo na eleição presidencial que reelegeu Nicolás Maduro com 51,2% dos votos totais. Mais uma vez, está em curso uma ofensiva imperialista e da extrema direita na América Latina que busca deslegitimar esse resultado, afrontando a soberania popular venezuelana.
Em depoimento para o Capire, a militante da Marcha Mundial das Mulheres Alejandra Laprea descreve a participação fundamental das mulheres na construção cotidiana da revolução: “Da porta até a mesa de votação, a maioria das pessoas eram mulheres. Cumprimentei minhas vizinhas, o que também faço quando é distribuído o Clap [alimentos do Comitê local de Abastecimento e Produção] ou nas manifestações. Como minhas companheiras na Cooperativa Tramuco, elas sustentam comunidades, famílias e movimentos sociais dentro dos bairros, impulsionam comunas, parlamentos comunitários, conselhos comunais, experiência de economia solidária, redes de apoio contra assédio e violência machista”. Por tudo isso, Alejandra conclui: “seria impossível pensar que a revolução bolivariana resistiria durante 26 anos sem o compromisso inabalável das mulheres”.
As mulheres retratadas em Nostálgicas do Futuro movimentam o país, sustentam suas comunidades, participam da política e enfrentam as estruturas do imperialismo. Vivem na capital e em povoados, no meio urbano e no rural. O filme mostra imagens de diversos territórios da Venezuela e as formas como as mulheres encaram seus modos de vida e defendem a coletivização do trabalho e sua função social.
Diante de uma comunicação hegemônica que persegue e ataca o projeto popular erguido pelo povo venezuelano, Nostálgicas do Futuro cumpre um papel muito necessário: exibir a diversidade das comunidades venezuelanas e sua impressionante organização popular.
Assista abaixo o trailer e contate a produção do filme (blogvenezuelainfos@gmail.com) para organizar uma sessão.